CFOP: Guia Completo para Entender o Código Fiscal de Operações e Prestações.

Você já se deparou com aquele código numérico misterioso na nota fiscal e ficou em dúvida sobre qual escolher? Esse detalhe, chamado CFOP (Código Fiscal de Operações e. Prestação), parece simples, mas desempenha um papel crucial na rotina fiscal.

Neste guia, explicaremos de forma clara como entender e aplicar esse código com segurança. Vamos nessa?

O que significa CFOP e por que ele é essencial?

O Código Fiscal de Operações e Prestações identifica a natureza das transações comerciais. Notas fiscais utilizam esse código para indicar se a movimentação de mercadorias ou serviços trata-se de entrada ou saída e se a operação acontece no mesmo estado, em outro ou no exterior.

Aplicar esse código corretamente garante:

  • O cumprimento das exigências da legislação tributária
  • A precisão na escrituração fiscal
  • A prevenção de multas e autuações
  • A alimentação correta dos sistemas do SPED

Veja um exemplo:

Imagine uma loja de eletrônicos que vende um notebook para um cliente no mesmo estado. Nesse caso, aplica-se o código 5.102. Agora, se a venda for para outro estado, o código adequado passa a ser 6.102.

Essa pequena mudança afeta diretamente o ICMS, a forma de escrituração e os cruzamentos no SPED.

Visualize como aplicar corretamente o CFOP com este infográfico prático. Evite erros fiscais e otimize sua emissão de NF-e.

Entendendo a estrutura do código

O CFOP apresenta quatro dígitos, cada um com função específica. Veja como funciona:

DígitoFunção
Define se a operação é de entrada ou saída
Indica o tipo de transação (compra, venda etc.)
3º/4ºDetalham a natureza específica da movimentação

O primeiro dígito merece atenção especial:

  • 1 ou 2: Operações de entrada
  • 5 ou 6: Operações de saída

Essa estrutura permite diferenciar, por exemplo, uma venda interna de uma interestadual.

Estrutura do CFOP na NF-e

Na Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o CFOP figura entre os campos mais relevantes do preenchimento. Escolher o código com base na operação realizada evita problemas fiscais e invalidações do documento.

O campo específico da NF-e exige quatro dígitos exatos. Os sistemas da Receita Federal e das Secretarias da Fazenda leem esse dado automaticamente, validando tributos e a natureza da operação.

Esse código influencia diretamente:

  • A base de cálculo do ICMS, IPI e outros impostos
  • A escrituração nos livros fiscais
  • A apuração do Simples Nacional

Durante a emissão da NF-e, é essencial basear a escolha do código nas regras fiscais. Consultar um contador ou usar sistemas integrados ajuda a garantir essa assertividade.

Principais códigos utilizados na rotina contábil

CFOP de Entrada

Os CFOPs de entrada são utilizados quando a empresa está recebendo um produto ou serviço. Isso inclui compras, devoluções, transferências recebidas e até remessas para conserto.

Exemplos de CFOP de entrada:

  • 1101 – Compra para industrialização

  • 1102 – Compra para comercialização

  • 1556 – Compra de material para uso ou consumo

  • 1202 – Devolução de venda de produção própria

Esses códigos são cruciais para definir créditos de ICMS e outros tributos.

CFOP de Saída

São utilizados quando a empresa está enviando bens ou prestando serviços.

Operações comuns:

  • Venda de mercadoria

  • Devolução de compra

  • Remessa para industrialização ou demonstração

CFOP de venda mais utilizado?
Depende da origem e do tipo de mercadoria:

  • 5102 – Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros

  • 5101 – Venda de produção do estabelecimento

  • 5405 – Venda com substituição tributária

 

🔎 Leia também: CFOP de Entrada: Guia Completo para Classificação Fiscal Correta
Entenda em detalhes como funcionam os CFOPs de entrada, os códigos mais utilizados e como classificá-los corretamente para evitar erros fiscais.

Quais são os códigos CFOP mais utilizados?

Embora o sistema fiscal conte com centenas de códigos CFOP, algumas operações concentram os registros mais frequentes.

Confira os códigos mais utilizados:

CFOPFinalidade da Operação
1.101Compra para industrialização dentro do estado
1.102Compra para comercialização dentro do estado
2.101Compra para industrialização de fora do estado
2.102Compra para comercialização de fora do estado
5.102Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros
6.102Venda de mercadoria adquirida de terceiros para outro estado
5.551Remessa para demonstração
5.929Lançamento efetuado a título de simples faturamento

Empresas do varejo, da indústria e do setor de distribuição utilizam com frequência esses códigos. Ainda assim, a escolha correta depende da análise específica de cada transação.

Como determinar o código ideal para cada tipo de transação?

Três perguntas básicas ajudam nessa definição:

  1. Qual é a natureza da operação: compra, venda ou devolução?
  2. Qual a origem e o destino da mercadoria: dentro ou fora do estado?
  3. A operação possui algum tratamento fiscal específico?

Uma sugestão útil:

Adotar um sistema de ERP contribui para reduzir erros. Esses sistemas geralmente analisam a operação registrada e sugerem o CFOP mais adequado.

Diferenças entre CFOP, CST e NCM

Embora costumem aparecer lado a lado nas notas fiscais, CFOP, CST e NCM têm finalidades bastante distintas — e dominá-las é essencial para uma escrituração fiscal sem falhas:

CódigoFinalidade
CFOPIdentifica a natureza da operação (compra, venda, devolução etc.) e sua origem/destino (estadual, interestadual ou exterior)
CSTDetermina o regime de tributação aplicável à operação, especialmente no que se refere ao ICMS e suas particularidades como substituição tributária ou isenção
NCMClassifica mercadorias conforme a nomenclatura padronizada do Mercosul, influenciando alíquotas de impostos como IPI e PIS/COFINS

Dominar essas diferenças é fundamental para evitar erros de classificação, que podem resultar em autuações, recolhimento indevido de tributos e problemas na validação do SPED Fiscal.

Erros comuns e como evitá-los

Veja os erros mais frequentes:

  • Aplicação do código de saída em operações de entrada
  • Falta de alteração no primeiro dígito em operações interestaduais
  • Escolha de códigos genéricos e imprecisos
  • Uso de tabelas desatualizadas

Para minimizar esses problemas:

Revise frequentemente os dados, mantenha-se atualizado sobre as normas fiscais e conte com o suporte técnico e contábil adequado.

 

Infográfico explicando como evitar erros com CFOP, com exemplos de códigos comuns e passo a passo para escolher o código correto.

A Importância de Consultar a Tabela CFOP Oficial

O CFOP tabela oficial, disponibilizada pela Receita Federal, é a referência primária e mais confiável para a correta identificação dos códigos fiscais de operações e prestações. Consultá-la regularmente é essencial para:

  • Evitar erros de classificação, que podem gerar penalidades;

  • Garantir que a natureza da operação esteja corretamente descrita na NF-e;

  • Atualizar-se sobre novos códigos, revogações ou alterações promovidas por legislação fiscal;

  • Auxiliar no preenchimento de sistemas emissores de nota fiscal e ERPs.

Mesmo com o uso de ferramentas automatizadas, a validação manual com a tabela atualizada é um passo de segurança importante para qualquer profissional contábil ou empresa.

O impacto do código nas obrigações acessórias e no SPED

O CFOP influencia diretamente as obrigações acessórias, sobretudo no SPED Fiscal. Um preenchimento correto proporciona:

  • A apuração precisa de tributos como ICMS e IPI
  • A integridade dos registros nos blocos C e H do SPED
  • A geração de relatórios consistentes para contribuintes e Fisco

Erros de classificação costumam resultar em rejeições dos arquivos enviados ao SPED e na aplicação de penalidades. Dessa forma, classificar corretamente as operações se torna uma necessidade estratégica para evitar prejuízos fiscais.

Conclusão

Compreender o CFOP é essencial para garantir conformidade fiscal e precisão na escrituração. Neste guia, mostramos como aplicar corretamente esse código em diferentes contextos.

Revisamos os principais CFOPs, sua estrutura, aplicação na NF-e e impacto nas obrigações acessórias.

Dessa forma, você evita erros, reduz riscos e melhora a eficiência da gestão contábil.

Quer aprofundar ainda mais? Acesse nosso próximo artigo com a Tabela Completa de CFOP e mantenha-se atualizado com confiança.

 

Rolar para cima