Você já se deparou com aquele código numérico misterioso na nota fiscal e ficou em dúvida sobre qual escolher? Esse detalhe, chamado CFOP (Código Fiscal de Operações e. Prestação), parece simples, mas desempenha um papel crucial na rotina fiscal.
Neste guia, explicaremos de forma clara como entender e aplicar esse código com segurança. Vamos nessa?
Índice
- 1 O que significa CFOP e por que ele é essencial?
- 2 Entendendo a estrutura do código
- 3 Estrutura do CFOP na NF-e
- 4 Principais códigos utilizados na rotina contábil
- 5 Quais são os códigos CFOP mais utilizados?
- 6 Como determinar o código ideal para cada tipo de transação?
- 7 Diferenças entre CFOP, CST e NCM
- 8 Erros comuns e como evitá-los
- 9 A Importância de Consultar a Tabela CFOP Oficial
- 10 O impacto do código nas obrigações acessórias e no SPED
- 11 Conclusão
O que significa CFOP e por que ele é essencial?
O Código Fiscal de Operações e Prestações identifica a natureza das transações comerciais. Notas fiscais utilizam esse código para indicar se a movimentação de mercadorias ou serviços trata-se de entrada ou saída e se a operação acontece no mesmo estado, em outro ou no exterior.
Aplicar esse código corretamente garante:
- O cumprimento das exigências da legislação tributária
- A precisão na escrituração fiscal
- A prevenção de multas e autuações
- A alimentação correta dos sistemas do SPED
Veja um exemplo:
Imagine uma loja de eletrônicos que vende um notebook para um cliente no mesmo estado. Nesse caso, aplica-se o código 5.102. Agora, se a venda for para outro estado, o código adequado passa a ser 6.102.
Essa pequena mudança afeta diretamente o ICMS, a forma de escrituração e os cruzamentos no SPED.
Entendendo a estrutura do código
O CFOP apresenta quatro dígitos, cada um com função específica. Veja como funciona:
Dígito | Função |
---|---|
1º | Define se a operação é de entrada ou saída |
2º | Indica o tipo de transação (compra, venda etc.) |
3º/4º | Detalham a natureza específica da movimentação |
O primeiro dígito merece atenção especial:
- 1 ou 2: Operações de entrada
- 5 ou 6: Operações de saída
Essa estrutura permite diferenciar, por exemplo, uma venda interna de uma interestadual.
Estrutura do CFOP na NF-e
Na Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o CFOP figura entre os campos mais relevantes do preenchimento. Escolher o código com base na operação realizada evita problemas fiscais e invalidações do documento.
O campo específico da NF-e exige quatro dígitos exatos. Os sistemas da Receita Federal e das Secretarias da Fazenda leem esse dado automaticamente, validando tributos e a natureza da operação.
Esse código influencia diretamente:
- A base de cálculo do ICMS, IPI e outros impostos
- A escrituração nos livros fiscais
- A apuração do Simples Nacional
Durante a emissão da NF-e, é essencial basear a escolha do código nas regras fiscais. Consultar um contador ou usar sistemas integrados ajuda a garantir essa assertividade.
Principais códigos utilizados na rotina contábil
CFOP de Entrada
Os CFOPs de entrada são utilizados quando a empresa está recebendo um produto ou serviço. Isso inclui compras, devoluções, transferências recebidas e até remessas para conserto.
Exemplos de CFOP de entrada:
1101 – Compra para industrialização
1102 – Compra para comercialização
1556 – Compra de material para uso ou consumo
1202 – Devolução de venda de produção própria
Esses códigos são cruciais para definir créditos de ICMS e outros tributos.
CFOP de Saída
São utilizados quando a empresa está enviando bens ou prestando serviços.
Operações comuns:
Venda de mercadoria
Devolução de compra
Remessa para industrialização ou demonstração
CFOP de venda mais utilizado?
Depende da origem e do tipo de mercadoria:
5102 – Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros
5101 – Venda de produção do estabelecimento
5405 – Venda com substituição tributária
Entenda em detalhes como funcionam os CFOPs de entrada, os códigos mais utilizados e como classificá-los corretamente para evitar erros fiscais.
Quais são os códigos CFOP mais utilizados?
Embora o sistema fiscal conte com centenas de códigos CFOP, algumas operações concentram os registros mais frequentes.
Confira os códigos mais utilizados:
CFOP | Finalidade da Operação |
1.101 | Compra para industrialização dentro do estado |
1.102 | Compra para comercialização dentro do estado |
2.101 | Compra para industrialização de fora do estado |
2.102 | Compra para comercialização de fora do estado |
5.102 | Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros |
6.102 | Venda de mercadoria adquirida de terceiros para outro estado |
5.551 | Remessa para demonstração |
5.929 | Lançamento efetuado a título de simples faturamento |
Empresas do varejo, da indústria e do setor de distribuição utilizam com frequência esses códigos. Ainda assim, a escolha correta depende da análise específica de cada transação.
Como determinar o código ideal para cada tipo de transação?
Três perguntas básicas ajudam nessa definição:
- Qual é a natureza da operação: compra, venda ou devolução?
- Qual a origem e o destino da mercadoria: dentro ou fora do estado?
- A operação possui algum tratamento fiscal específico?
Uma sugestão útil:
Adotar um sistema de ERP contribui para reduzir erros. Esses sistemas geralmente analisam a operação registrada e sugerem o CFOP mais adequado.
Diferenças entre CFOP, CST e NCM
Embora costumem aparecer lado a lado nas notas fiscais, CFOP, CST e NCM têm finalidades bastante distintas — e dominá-las é essencial para uma escrituração fiscal sem falhas:
Código | Finalidade |
CFOP | Identifica a natureza da operação (compra, venda, devolução etc.) e sua origem/destino (estadual, interestadual ou exterior) |
CST | Determina o regime de tributação aplicável à operação, especialmente no que se refere ao ICMS e suas particularidades como substituição tributária ou isenção |
NCM | Classifica mercadorias conforme a nomenclatura padronizada do Mercosul, influenciando alíquotas de impostos como IPI e PIS/COFINS |
Dominar essas diferenças é fundamental para evitar erros de classificação, que podem resultar em autuações, recolhimento indevido de tributos e problemas na validação do SPED Fiscal.
Erros comuns e como evitá-los
Veja os erros mais frequentes:
- Aplicação do código de saída em operações de entrada
- Falta de alteração no primeiro dígito em operações interestaduais
- Escolha de códigos genéricos e imprecisos
- Uso de tabelas desatualizadas
Para minimizar esses problemas:
Revise frequentemente os dados, mantenha-se atualizado sobre as normas fiscais e conte com o suporte técnico e contábil adequado.
A Importância de Consultar a Tabela CFOP Oficial
O CFOP tabela oficial, disponibilizada pela Receita Federal, é a referência primária e mais confiável para a correta identificação dos códigos fiscais de operações e prestações. Consultá-la regularmente é essencial para:
Evitar erros de classificação, que podem gerar penalidades;
Garantir que a natureza da operação esteja corretamente descrita na NF-e;
Atualizar-se sobre novos códigos, revogações ou alterações promovidas por legislação fiscal;
Auxiliar no preenchimento de sistemas emissores de nota fiscal e ERPs.
Mesmo com o uso de ferramentas automatizadas, a validação manual com a tabela atualizada é um passo de segurança importante para qualquer profissional contábil ou empresa.
O impacto do código nas obrigações acessórias e no SPED
O CFOP influencia diretamente as obrigações acessórias, sobretudo no SPED Fiscal. Um preenchimento correto proporciona:
- A apuração precisa de tributos como ICMS e IPI
- A integridade dos registros nos blocos C e H do SPED
- A geração de relatórios consistentes para contribuintes e Fisco
Erros de classificação costumam resultar em rejeições dos arquivos enviados ao SPED e na aplicação de penalidades. Dessa forma, classificar corretamente as operações se torna uma necessidade estratégica para evitar prejuízos fiscais.
Conclusão
Compreender o CFOP é essencial para garantir conformidade fiscal e precisão na escrituração. Neste guia, mostramos como aplicar corretamente esse código em diferentes contextos.
Revisamos os principais CFOPs, sua estrutura, aplicação na NF-e e impacto nas obrigações acessórias.
Dessa forma, você evita erros, reduz riscos e melhora a eficiência da gestão contábil.
Quer aprofundar ainda mais? Acesse nosso próximo artigo com a Tabela Completa de CFOP e mantenha-se atualizado com confiança.

Formado em Contabilidade e especialista em Finanças. Apaixonado por descomplicar temas complexos, oferece insights práticos e confiáveis sobre gestão financeira e planejamento tributário. Seu blog é uma referência para quem busca clareza no mundo das finanças.