O Banco Central do Brasil surpreendeu o mercado financeiro e tecnológico ao anunciar que o Drex, a moeda digital brasileira, não usará blockchain em sua versão final. Essa decisão marca uma mudança de rota importante e levanta uma série de questionamentos: por que o BC deixou de lado a tecnologia que seria a base da moeda digital? Quais os impactos para bancos, fintechs, empresas e usuários comuns?
Neste artigo, você vai entender os motivos da decisão, o que muda na prática e se o Drex ainda pode cumprir seu papel de transformar o sistema financeiro nacional.
Índice
- 1 O que é o Drex e qual era o plano inicial?
- 2 Por que o Banco Central abandonou o blockchain?
- 3 O que muda com o Drex sem blockchain?
- 4 Impactos para o mercado financeiro e para o cidadão
- 5 Linha do tempo do Drex
- 6
- 7 Drex e a tokenização: ainda há futuro para inovação?
- 8 O Drex ainda pode concorrer com criptomoedas?
- 9 E agora: qual o próximo passo para o Drex?
- 10 Mudança estratégica ou retrocesso?
O que é o Drex e qual era o plano inicial?
O Drex é o nome oficial da moeda digital do Brasil, um projeto do Banco Central que segue a tendência global dos chamados CBDCs (Central Bank Digital Currencies) — moedas digitais emitidas e controladas por bancos centrais.
A ideia inicial era criar uma versão digital do real, circulando em um ambiente baseado em blockchain, o que traria mais transparência, rastreabilidade e segurança às transações. Essa escolha alinhava o Brasil a iniciativas como o yuan digital da China e o euro digital, que também estudam formas de integrar tecnologias descentralizadas.
Por que o Banco Central abandonou o blockchain?
O Banco Central alegou que, após testes-piloto com instituições financeiras e empresas de tecnologia, a tecnologia blockchain não entregou a performance esperada para o nível de escala nacional que o Drex precisa ter.
Alguns fatores pesaram na decisão:
Escalabilidade limitada: as soluções de blockchain testadas não suportaram o volume de transações simultâneas exigido pelo sistema financeiro.
Custos operacionais: manter a infraestrutura de blockchain em grande escala se mostrou caro demais para bancos e participantes do projeto.
Controle regulatório: o BC percebeu que poderia ter mais eficiência e governança com um sistema centralizado, em vez de confiar em redes descentralizadas.
Velocidade: a latência das operações em blockchain ainda é superior à dos sistemas tradicionais de compensação.
O que muda com o Drex sem blockchain?
Sem blockchain, o Drex será operado em uma plataforma centralizada, controlada pelo próprio Banco Central e integrada ao Sistema Financeiro Nacional.
Isso traz vantagens como:
Maior velocidade nas transações;
Custos menores de operação para bancos e fintechs;
Integração simplificada com o Pix, cartões e outros meios de pagamento.
Por outro lado, abre espaço para críticas:
Menor transparência em relação a auditorias públicas;
Dependência total do Banco Central como “guardião” do sistema;
Distanciamento das inovações do mercado cripto, como contratos inteligentes e interoperabilidade global.
Impactos para o mercado financeiro e para o cidadão
Essa mudança impacta diferentes setores:
Bancos e fintechs: terão menos custos tecnológicos, mas também menos autonomia para inovar com base em contratos inteligentes.
Empresas: podem se beneficiar de transações mais rápidas e baratas, mas sem a mesma flexibilidade que o blockchain ofereceria.
Consumidores: para o usuário final, a experiência deve ser parecida com o Pix, mas com novas possibilidades de uso no futuro, como tokenização de ativos.
Linha do tempo do Drex
2025 (agosto): anúncio oficial do abandono da blockchain.
2026 (janeiro): previsão de lançamento da primeira versão funcional do Drex.
2026–2028: adoção escalonada das duplicatas escriturais, por porte de empresa.
Futuro: possibilidade de retomada da tokenização e contratos inteligentes, dependendo da demanda.
Drex e a tokenização: ainda há futuro para inovação?
Mesmo sem blockchain, o Banco Central reforçou que o Drex será fundamental para a tokenização de ativos no Brasil — ou seja, a transformação digital de bens como imóveis, veículos, investimentos e até contratos.
O diferencial é que essa tokenização ocorrerá em uma plataforma centralizada, e não em redes descentralizadas como acontece no universo cripto. Isso pode acelerar a adoção empresarial, mas limita o ecossistema aberto que muitos esperavam.
O Drex ainda pode concorrer com criptomoedas?
Essa é uma dúvida frequente. O Drex não é uma criptomoeda e nunca foi, já que será emitido e controlado pelo Banco Central.
Mas a retirada do blockchain o distancia ainda mais desse mercado. Enquanto o Bitcoin e outras criptos oferecem descentralização e liberdade, o Drex aposta em eficiência, segurança regulatória e estabilidade.
Na prática, os dois devem coexistir:
O Drex como ferramenta oficial para o sistema bancário e transações do dia a dia;
As criptomoedas como alternativas de investimento e pagamentos globais fora do alcance estatal.
E agora: qual o próximo passo para o Drex?
O Banco Central já confirmou que o Drex continuará em fase de testes até 2025, com previsão de lançamento comercial em 2026. A expectativa é que ele se integre ao Pix e se torne a base para a digitalização de contratos e ativos no Brasil.
Especialistas apontam que, embora o abandono do blockchain tenha frustrado parte do mercado, o Drex pode acelerar a digitalização da economia e manter o Brasil na vanguarda financeira global.
Mudança estratégica ou retrocesso?
A retirada do blockchain do Drex é vista por alguns como um retrocesso tecnológico, mas também pode ser interpretada como uma decisão pragmática do Banco Central diante das limitações práticas da tecnologia.
O futuro dirá se essa escolha foi acertada. O certo é que o Drex deve mudar a forma como brasileiros pagam, contratam e investem nos próximos anos.
E você, acredita que o Brasil perdeu uma chance de liderar com blockchain ou o BC foi realista ao buscar eficiência e controle?
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Formado em Contabilidade e especialista em Finanças. Apaixonado por descomplicar temas complexos, oferece insights práticos e confiáveis sobre gestão financeira e planejamento tributário. Seu blog é uma referência para quem busca clareza no mundo das finanças.