O ICMS DIFAL, ou Diferencial de Alíquota do ICMS, equilibra a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre os estados brasileiros.
O crescimento do comércio eletrônico e das vendas interestaduais tornou ainda mais importante entender as regras, cálculos e obrigações fiscais relacionadas ao DIFAL.

Índice
- 1 O que é o ICMS DIFAL?
- 2 Objetivo e importância do ICMS DIFAL
- 3 Quem deve pagar o DIFAL?
- 4 Quando ocorre a cobrança do DIFAL?
- 5 Quem não precisa pagar o DIFAL?
- 6 Como calcular o DIFAL?
- 7 Como declarar o pagamento do DIFAL?
- 8 Como calcular e pagar o DIFAL em 5 passos
- 9 ICMS DIFAL não entra na base de cálculo do PIS e da Cofins
- 10
- 11 Conclusão
O que é o ICMS DIFAL?
O ICMS DIFAL representa a diferença entre a alíquota interna do estado de destino e a alíquota interestadual aplicada na origem da mercadoria ou serviço. Esse diferencial assegura uma distribuição mais justa da arrecadação do ICMS entre os estados envolvidos na transação.
Antes de sua implementação, o ICMS ficava integralmente com o estado de origem, o que gerava desequilíbrios fiscais, principalmente com o aumento das compras online.
Objetivo e importância do ICMS DIFAL
O DIFAL evita a concentração da arrecadação do ICMS apenas nos estados de origem das mercadorias ou serviços. Dessa forma, o imposto garante uma repartição mais equitativa entre os estados de origem e destino.
Esse ponto se torna especialmente relevante em operações interestaduais destinadas a consumidores finais não contribuintes do ICMS, pois assegura que o estado onde ocorre o consumo também receba parte da arrecadação tributária.
Quem deve pagar o DIFAL?
A responsabilidade pelo recolhimento do DIFAL varia conforme o perfil do comprador:
- Consumidor final não contribuinte do ICMS: Quando uma empresa vende para um consumidor final que não contribui com o ICMS em outro estado, o vendedor deve recolher o DIFAL.
- Consumidor final contribuinte do ICMS: Se a venda ocorre para um contribuinte do ICMS em outro estado, o comprador assume a responsabilidade pelo pagamento do DIFAL.
Quando ocorre a cobrança do DIFAL?
O DIFAL incide nas seguintes situações:
- Vendas interestaduais para consumidores finais não contribuintes do ICMS: Sempre que uma empresa vende produtos ou serviços para consumidores finais em outros estados que não contribuem com o ICMS.
- Aquisições interestaduais para uso e consumo ou ativo imobilizado: Empresas que compram mercadorias de outros estados para uso próprio ou para integrar seu ativo imobilizado também devem pagar o DIFAL.
Quem não precisa pagar o DIFAL?
Algumas situações garantem isenção do DIFAL, tais como:
- Empresas do Simples Nacional: Embora haja discussões sobre o tema, muitos estados dispensam empresas do Simples Nacional do recolhimento do DIFAL em operações interestaduais.
- Produtos sob substituição tributária: Dependendo do caso, produtos que já estão sob substituição tributária ficam isentos do DIFAL.
Portanto, as empresas devem consultar a legislação específica de cada estado para confirmar eventuais dispensas ou isenções.

Como calcular o DIFAL?
O cálculo do DIFAL segue os seguintes passos:
- Identificar as alíquotas:
- Alíquota interna do estado de destino: Percentual do ICMS aplicado no estado onde ocorre o consumo.
- Alíquota interestadual: Percentual do ICMS aplicado na operação entre os estados de origem e destino.
- Calcular a diferença de alíquotas:
- Subtrair a alíquota interestadual da alíquota interna do estado de destino.
- Definir a base de cálculo:
- Normalmente, corresponde ao valor da operação ou prestação.
- Calcular o valor do DIFAL:
- Multiplicar a diferença de alíquotas pela base de cálculo.
Por exemplo, se um produto custa R$ 5.000,00 e é vendido de São Paulo para Minas Gerais, onde a alíquota interna é 18% e a interestadual é 12%, o cálculo fica assim:
(18% – 12%) x R$ 5.000,00 = 6% x R$ 5.000,00 = R$ 300,00
Esse valor representa o DIFAL a ser recolhido.
- Leia também: DIFAL: Como Calcular e Quem Está Obrigado a Pagar?
Como declarar o pagamento do DIFAL?
O processo de declaração e recolhimento do DIFAL exige:
- Emitir a Nota Fiscal: Destacar o valor do DIFAL na nota fiscal, conforme as especificações legais.
- Recolher o imposto: O pagamento ocorre por meio da Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE) ou outro documento de arrecadação exigido pelo estado de destino.
- Atentar-se aos prazos: Cada estado define um prazo específico para o pagamento. Consultar a legislação evita multas e juros.
Como calcular e pagar o DIFAL em 5 passos
O Diferencial de Alíquota do ICMS (DIFAL) é um mecanismo tributário que busca equalizar a arrecadação do ICMS entre os estados de origem e destino nas operações interestaduais. Assim, ele é aplicado quando um produto é vendido para um consumidor final em outro estado, e a alíquota do ICMS interestadual é inferior à alíquota interna do estado de destino.
Agora, entenda o passo a passo para calcular e pagar o DIFAL de forma correta:
1. Identifique a operação
- Tipo de operação: Venda interestadual para consumidor final (pessoa física ou jurídica não contribuinte do ICMS).
- Estados envolvidos: Identifique o estado de origem (onde o produto é vendido) e o estado de destino (onde o consumidor está localizado).
- Produtos sujeitos ao DIFAL: Verifique se os produtos comercializados estão sujeitos ao DIFAL, pois alguns produtos podem ter regras específicas.
2. Calcule a base de cálculo do ICMS
- Valor da operação: Inclua o valor total da venda, incluindo frete, seguro e outras despesas acessórias.
- Alíquota interestadual: Verifique a alíquota do ICMS interestadual aplicada na operação (geralmente 4%, 7% ou 12%, dependendo dos estados envolvidos e do tipo de produto).
- Base de cálculo: Aplique a alíquota interestadual sobre o valor da operação para obter a base de cálculo do ICMS na operação interestadual.
3. Calcule o valor do DIFAL
- Alíquota interna do estado de destino: Verifique a alíquota interna do ICMS aplicada no estado de destino para o produto em questão.
- Diferença de alíquotas: Calcule a diferença entre a alíquota interna do estado de destino e a alíquota interestadual.
- Valor do DIFAL: Multiplique a diferença de alíquotas pela base de cálculo do ICMS (calculada no passo anterior) para obter o valor do DIFAL a ser pago.
4. Emita a guia de recolhimento
- Documento de arrecadação: Utilize o documento de arrecadação específico para o recolhimento do DIFAL, que pode variar de estado para estado (ex: GNRE, DARE).
- Preenchimento da guia: Preencha corretamente os dados da operação, como CNPJ do remetente e do destinatário, número da nota fiscal, valor do DIFAL a ser pago, entre outros.
- Código de recolhimento: Utilize o código de recolhimento correto para o DIFAL, que pode variar dependendo do estado de destino e do tipo de operação.
5. Efetue o pagamento
- Prazo de pagamento: Verifique o prazo para pagamento do DIFAL, que pode variar de estado para estado.
- Forma de pagamento: Efetue o pagamento do DIFAL por meio de boleto bancário, transferência eletrônica ou outras formas de pagamento disponibilizadas pelo estado de destino.
- Comprovante de pagamento: Guarde o comprovante de pagamento do DIFAL para comprovar o recolhimento em caso de fiscalização.
ICMS DIFAL não entra na base de cálculo do PIS e da Cofins
Uma importante decisão judicial, proveniente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), estabeleceu que o ICMS Difal não deve ser incluído na base de cálculo do PIS e da Cofins. Essa decisão, portanto, representa um marco significativo para as empresas que realizam operações interestaduais e pode gerar uma economia considerável nos pagamentos de impostos.
Entenda a decisão do STJ
O ICMS Difal é um mecanismo de equalização tributária utilizado em operações interestaduais, onde o ICMS é pago parcialmente no estado de origem e parcialmente no estado de destino. A decisão do STJ, no entanto, esclareceu que o ICMS Difal não se enquadra nos critérios de faturamento ou receita bruta, elementos que compõem a base de cálculo do PIS e da Cofins.
Assim, o ICMS Difal foi excluído da base de cálculo desses impostos, o que significa que as empresas não precisam mais incluir esse valor no cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, essa exclusão representa uma redução significativa da carga tributária para as empresas que realizam operações interestaduais.
Impactos da decisão
A decisão do STJ tem um impacto significativo para as empresas que atuam no comércio interestadual. Além disso, ela permite que as empresas busquem a restituição de valores pagos indevidamente nos últimos cinco anos.
Para isso, é recomendável que as empresas analisem seus casos e busquem orientação jurídica especializada para verificar a possibilidade de solicitar a restituição dos valores pagos a mais.
Importância de estar atualizado
Portanto, é fundamental que as empresas se mantenham atualizadas sobre as decisões judiciais e as alterações na legislação tributária para garantir o correto cumprimento das obrigações fiscais e evitar pagamentos indevidos de impostos.
Acompanhar as decisões do STJ e outras instâncias judiciais, bem como as orientações da Receita Federal, é essencial para que as empresas possam tomar decisões estratégicas e aproveitar os benefícios de decisões como essa, que exclui o ICMS Difal da base de cálculo do PIS e da Cofins.
Conclusão
Em resumo, o ICMS DIFAL é essencial para equilibrar a arrecadação do ICMS entre os estados de origem e destino nas operações interestaduais, especialmente no contexto do comércio eletrônico. A implementação desse mecanismo visa evitar desequilíbrios fiscais, assegurando que o estado de destino também receba sua parte do imposto. Por isso, é crucial que as empresas compreendam as regras de cálculo, os diferentes perfis de pagamento e a documentação necessária para evitar problemas fiscais.
Além disso, empresas devem estar atentas às obrigações relacionadas ao DIFAL, como a correta emissão da nota fiscal, o preenchimento adequado da guia de recolhimento e o cumprimento dos prazos de pagamento. Manter-se atualizado sobre as mudanças na legislação e contar com suporte contábil especializado pode fazer toda a diferença, garantindo a conformidade tributária e uma gestão fiscal eficiente.

Formado em Contabilidade e especialista em Finanças. Apaixonado por descomplicar temas complexos, oferece insights práticos e confiáveis sobre gestão financeira e planejamento tributário. Seu blog é uma referência para quem busca clareza no mundo das finanças.