Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real: Qual o Melhor para sua Empresa?

A escolha entre os Regimes Tributários é uma das decisões mais importantes e estratégicas que um empreendedor toma. Ela impacta diretamente a carga de impostos, a burocracia e, consequentemente, a lucratividade e a competitividade do seu negócio. Pagar mais impostos do que o necessário pode sufocar o crescimento, enquanto uma escolha errada pode gerar multas e dores de cabeça com o Fisco.

Essa decisão é a etapa mais crítica do planejamento tributário empresarial, e entender as particularidades de cada opção — Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real — é o primeiro passo para garantir a saúde financeira da sua empresa.

Neste guia, vamos detalhar cada um dos regimes, com suas vantagens e desvantagens, para que você possa tomar a decisão mais informada e vantajosa em 2025.

Regimes Tributários no Brasil

Os regimes tributários são um conjunto de leis e regras que determinam como uma empresa deve calcular e pagar seus impostos. A escolha do regime correto é uma das decisões mais estratégicas para qualquer negócio no Brasil, pois impacta diretamente a carga tributária, as obrigações acessórias (declarações e registros) e a saúde financeira da organização.

No Brasil, existem três regimes principais que as empresas podem adotar: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. A escolha entre eles depende de fatores como faturamento anual, atividade exercida (CNAE), margem de lucro e estrutura de custos.

Simples Nacional: A Opção Simplificada

Como o próprio nome sugere, o Governo Federal criou o Simples Nacional para simplificar a vida das micro e pequenas empresas. Basicamente, ele unifica o recolhimento de oito impostos diferentes em uma única guia mensal, o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).

O que é e para quem se destina?

Trata-se de um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos, que se destina a empresas com faturamento bruto anual de até R$ 4,8 milhões.

Vantagens do Simples Nacional

  • Burocracia Reduzida: Primeiramente, a principal vantagem é a unificação de impostos (IRPJ, CSLL, PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS e INSS Patronal) em uma só guia.

  • Gestão Simplificada: Além disso, as obrigações acessórias (declarações e registros) são, em geral, mais simples que nos outros regimes.

  • Alíquotas Progressivas: Por fim, as alíquotas começam baixas e aumentam conforme o faturamento cresce, o que pode ser muito vantajoso para empresas no início de suas operações.

Desvantagens e Pontos de Atenção

  • Nem Sempre é o Mais Barato: No entanto, dependendo da sua atividade, margem de lucro e folha de pagamento (através do Fator R), a alíquota final pode ser maior que a dos outros regimes.

  • Limitação de Créditos Fiscais: Outro ponto é que a empresa optante pelo Simples não gera crédito de ICMS e IPI para seus clientes (empresas maiores), o que pode representar uma desvantagem competitiva em alguns setores.

  • Cálculo por Faturamento: Adicionalmente, a empresa calcula o imposto sobre o faturamento bruto, não sobre o lucro. Ou seja, se sua empresa tiver um prejuízo, ainda assim pagará imposto.

Lucro Presumido: O Caminho do Meio

O Lucro Presumido, por sua vez, é um regime intermediário em termos de complexidade. Os contadores geralmente o indicam para empresas que possuem uma margem de lucro superior à presunção estabelecida por lei e que não se enquadram ou não se beneficiam do Simples Nacional.

O que é e para quem se destina?

Ele se destina a empresas com faturamento anual de até R$ 78 milhões. Neste modelo, a Receita Federal presume qual foi a margem de lucro da empresa com base em sua atividade. Sobre essa presunção, então, ela aplica as alíquotas do IRPJ e da CSLL. Enquanto isso, a empresa calcula os demais impostos, como PIS, Cofins e ISS, separadamente sobre o faturamento total.

Vantagens do Lucro Presumido

  • Economia para Empresas Lucrativas: Se a margem de lucro real da sua empresa for maior que a margem de presunção, você certamente pagará menos imposto do que pagaria no Lucro Real.

  • Menos Obrigações que o Lucro Real: Além disso, a contabilidade é mais simples e exige menos obrigações acessórias em comparação com o Lucro Real.

  • Alíquotas Fixas de PIS e Cofins: As alíquotas de PIS (0,65%) e Cofins (3%) são menores, embora este regime não permita o aproveitamento de créditos.

Desvantagens e Pontos de Atenção

  • Imposto sobre o Prejuízo: Assim como no Simples, se a empresa tiver prejuízo, ela ainda pagará IRPJ e CSLL, pois o cálculo se baseia em uma presunção de lucro.

  • Não Permite Compensação de Prejuízos: Adicionalmente, o regime não permite que a empresa utilize prejuízos fiscais de anos anteriores para abater lucros futuros.

Lucro Real: A Escolha Baseada na Realidade

O Lucro Real, em contrapartida, é o regime tributário mais complexo, mas também o mais justo em muitos cenários. Nele, a empresa faz o cálculo dos impostos com base no lucro contábil que ela efetivamente apurou, após realizar os ajustes fiscais.

O que é e para quem se destina?

A legislação o torna obrigatório para empresas com faturamento anual superior a R$ 78 milhões e para setores específicos, como instituições financeiras.

No entanto, qualquer empresa pode optar por ele, sendo ideal para negócios com margens de lucro apertadas, sazonais ou que operam com prejuízo no início.

Vantagens do Lucro Real

  • Tributação Justa: Primeiramente, os impostos (IRPJ e CSLL) incidem apenas sobre o lucro real. Dessa forma, se houver prejuízo, a empresa fica isenta do pagamento desses tributos.

  • Aproveitamento de Créditos de PIS e Cofins: Outro ponto crucial é que o regime permite o abatimento de créditos de PIS (1,65%) e Cofins (7,6%) sobre diversas despesas e insumos, o que pode reduzir significativamente a carga tributária final.

  • Compensação de Prejuízos: Finalmente, a empresa pode usar prejuízos fiscais apurados em um período para compensar lucros futuros, diminuindo o imposto a pagar.

Desvantagens e Pontos de Atenção

  • Alta Complexidade: Apesar das vantagens, o regime exige uma contabilidade extremamente rigorosa e um controle detalhado de todas as receitas e despesas.

  • Mais Obrigações Acessórias: É, de longe, o regime com a maior quantidade de declarações e exigências fiscais.

  • Alíquotas de PIS e Cofins Maiores: Por outro lado, embora permitam créditos, as alíquotas nominais são mais altas que as do Lucro Presumido.

Tabela Comparativa: Simples Nacional vs. Lucro Presumido vs. Lucro Real

CritérioSimples NacionalLucro PresumidoLucro Real
Limite de FaturamentoAté R$ 4,8 milhões/anoAté R$ 78 milhões/anoSem limite (obrigatório > R$78M)
Base de Cálculo (IRPJ/CSLL)Faturamento BrutoPercentual de presunção sobre o faturamentoLucro Contábil (Real)
Principal VantagemBurocracia e guia única (DAS)Economia para empresas com lucro altoImposto apenas sobre o lucro real
Complexidade ContábilBaixaMédiaAlta
Créditos PIS/CofinsNão permiteNão permitePermite
Compensação de PrejuízosNão permiteNão permitePermite
Então, como Escolher o Melhor Regime para a Sua Empresa?

Não existe uma resposta única. Na verdade, a escolha ideal depende de uma análise criteriosa do seu negócio. Você deve considerar os seguintes pontos:

  1. Projeção de Faturamento: Você está próximo de estourar o limite de algum regime?

  2. Margem de Lucro: Sua margem é alta ou baixa? Pois, se for baixa ou negativa, o Lucro Real pode ser mais vantajoso. Se for alta, o Lucro Presumido pode ser uma excelente opção.

  3. Despesas Operacionais: Você tem muitos custos com insumos, aluguel e matéria-prima que podem gerar créditos de PIS e Cofins? Se sim, você deve simular o Lucro Real.

  4. Folha de Pagamento: O custo da sua folha de salários é alto em relação ao faturamento? Isso impacta diretamente o cálculo do Fator R no Simples Nacional.

  5. Simule Cenários: Em resumo, a única forma de ter certeza é colocar os números no papel. Com a ajuda de um contador, projete sua carga tributária em cada um dos três regimes.

Conclusão: A Decisão é Anual e Estratégica

A escolha do regime tributário não é definitiva. Pelo contrário, a sua empresa pode (e deve) reavaliá-la todo final

A escolha do regime tributário não é definitiva. Ela pode (e deve) ser reavaliada todo final de ano para o ano seguinte. O que é vantajoso hoje pode não ser amanhã, conforme sua empresa cresce e o mercado muda.

Tratar essa decisão como um pilar da sua estratégia de negócio é o que diferencia empresas que apenas sobrevivem daquelas que prosperam de forma sustentável.

Sua empresa está pagando o menor imposto possível? Uma escolha errada pode estar custando caro.

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