O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um tributo federal que incide sobre diversas transações financeiras, como empréstimos, financiamentos, seguros, câmbio e até mesmo em alguns investimentos. Apesar de estar presente em quase todas as operações do dia a dia, muitos brasileiros ainda não entendem como ele é calculado e qual é o impacto real no bolso.
👉 Neste guia completo, você vai aprender o que é IOF, como funciona, quais operações são tributadas, como calcular e quais são as alíquotas atuais.
Índice
- 1 O que é IOF?
- 2 Para que serve o IOF?
- 3 Quem paga na prática?
- 4 Em quais operações é cobrado? Exemplos práticos
- 5 Como Calcular o IOF na Prática: Guia com Exemplos
- 6 Tabela Alíquotas do IOF em 2025
- 7 Empréstimos e financiamentos: impacto no CET
- 8 Operações isentas
- 9 Como planejar suas finanças levando em consideração
- 10 Perguntas frequentes (FAQ)
- 10.1 1. O que é IOF e qual sua função na economia?
- 10.2 2. Quem paga o IOF: o consumidor ou o banco?
- 10.3 3. Quais são as principais operações que têm cobrança de IOF?
- 10.4 4. Qual a alíquota atual do IOF em 2025?
- 10.5 5. O IOF pode mudar de um dia para o outro?
- 10.6 6. Como calcular o IOF em empréstimos e financiamentos?
- 10.7 7. O IOF incide em compras internacionais no cartão de crédito?
- 10.8 8. Poupança e investimentos pagam IOF?
- 10.9 9. Existe alguma forma de evitar ou reduzir o pagamento de IOF?
- 10.10 10. Por que o IOF é considerado um imposto “oculto”?
- 10.11 11. O IOF impacta o custo do crédito e o retorno dos investimentos?
- 11 Conclusão:
O que é IOF?
O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um tributo federal cobrado pelo Governo do Brasil sobre operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos.
Definição clara: imposto que incide em diferentes movimentações financeiras, tanto de pessoas físicas quanto de empresas.
Finalidade principal: além de arrecadar recursos para o governo, o IOF funciona como instrumento de política econômica, ajudando a controlar a inflação, o consumo e a entrada de capital estrangeiro.
Característica essencial: a alíquota pode mudar a qualquer momento, já que o governo tem liberdade para aumentar ou reduzir o imposto conforme o cenário econômico.
Para que serve o IOF?
O tributo cumpre dois papéis centrais: arrecadar recursos e regular a economia.
Arrecadação de recursos
Cada operação tributada gera receita para o governo, usada no financiamento de programas sociais, infraestrutura e políticas públicas.
Controle do crédito e do consumo
Se o governo deseja reduzir o endividamento, pode elevar a cobrança em empréstimos.
Se precisa estimular o consumo, pode reduzir a alíquota.
Regulação do mercado de câmbio
O imposto incide em compras de moeda estrangeira, remessas internacionais e cartão de crédito usado no exterior.
Isso ajuda a controlar a entrada e saída de capital internacional.
Monitoramento financeiro
Por estar presente em diversas operações, também funciona como ferramenta de fiscalização indireta, dando visibilidade ao governo sobre movimentações de crédito e investimentos.
Quem paga na prática?
O imposto impacta diferentes perfis de contribuintes:
Consumidores: em empréstimos, compras parceladas, uso de cartão internacional ou contratação de seguros.
Empresas: em financiamentos, operações de câmbio e aplicações financeiras de curto prazo.
Investidores: especialmente em produtos de renda fixa (Tesouro Direto, CDB, fundos).
👉 Em geral, quem realiza a operação arca com a cobrança, e não a instituição financeira — embora o banco seja responsável por recolher o valor e repassar ao governo.
Em quais operações é cobrado? Exemplos práticos
O imposto aparece em situações comuns do dia a dia:
Crédito: empréstimos pessoais, consignados, financiamentos, cheque especial e até no rotativo do cartão.
Câmbio: compra de dólar/euro em espécie, remessas internacionais, cartões pré-pagos e faturas de cartão usadas no exterior.
Seguros: apólices de seguro de vida, carro, residencial e outros.
Investimentos: aplicações de curto prazo, como CDB e Tesouro Direto, sofrem incidência regressiva.
Como Calcular o IOF na Prática: Guia com Exemplos
Entender a teoria é importante, mas dominar o cálculo do IOF é o que realmente faz a diferença no seu bolso. A fórmula básica é simples:
Valor da Operação x Alíquota do IOF = Valor do IOF a ser pago
O desafio está em saber qual alíquota aplicar em cada situação. Vamos detalhar os cenários mais comuns com exemplos práticos.
Cálculo do IOF no Cartão de Crédito
O IOF incide sobre duas operações principais no cartão de crédito: compras internacionais e o uso do crédito rotativo ou parcelamento da fatura.
Compras Internacionais (Online ou em Viagens):
Exemplo: Você fez uma compra de $100 em um site estrangeiro. Considerando a cotação do dólar a R$5,20, o valor da compra em reais é R$520.
Alíquota: 4,38% (alíquota para 2025).
Cálculo:
R$520,00 * 4,38% = R$22,78Total a pagar: R$520,00 (compra) + R$22,78 (IOF) = R$542,78.
Crédito Rotativo:
Exemplo: Você deixou R$1.000 no rotativo do cartão por 30 dias.
Alíquota: 0,38% (na contratação) + 0,0082% ao dia.
Cálculo IOF fixo:
R$1.000 * 0,38% = R$3,80Cálculo IOF diário:
R$1.000 * 0,0082% * 30 dias = R$2,46Total de IOF: R$3,80 + R$2,46 = R$6,26.
Cálculo do IOF em Operações de Câmbio
Ao comprar ou vender moeda estrangeira, o IOF também se aplica.
Exemplo: Você vai viajar e decide comprar $1.000 em espécie. A cotação é R$5,20.
Alíquota: 1,1%.
Cálculo:
($1.000 * R$5,20) * 1,1% = R$5.720 * 1,1% = R$57,20Total a pagar: R$5.200 (valor em reais) + R$57,20 (IOF) = R$5.257,20.
Cálculo do IOF em Investimentos
O IOF incide apenas sobre o rendimento de alguns investimentos de curto prazo, como Tesouro Direto, CDBs e fundos de investimento. O imposto é regressivo e zera após 30 dias.
Exemplo: Você aplicou R$10.000 em um CDB e resgatou após 15 dias, obtendo um rendimento de R$40.
Alíquota: A alíquota para 15 dias de aplicação é de 50% (conforme tabela regressiva).
Cálculo:
R$40 (rendimento) * 50% = R$20,00Valor do resgate líquido (antes de outros impostos): R$10.040 – R$20 = R$10.020.
Cálculo do IOF em Seguros
Na contratação de um seguro, o IOF incide sobre o prêmio (valor pago à seguradora).
Exemplo: Você contratou um seguro de vida no valor de R$1.200 por ano.
Alíquota: 0,38%.
Cálculo:
R$1.200 * 0,38% = R$4,56Total a pagar: R$1.200 + R$4,56 = R$1.204,56.
Tabela Alíquotas do IOF em 2025
Para facilitar sua consulta, compilamos as principais alíquotas do IOF vigentes. Lembre-se que estes valores podem ser alterados pelo governo.
| Operação | Alíquota do IOF |
|---|---|
| Compras Internacionais (Cartão de Crédito) | 4,38% |
| Compra de Moeda Estrangeira (Espécie) | 1,1% |
| Envio de dinheiro para o exterior (mesma titularidade) | 1,1% |
| Envio de dinheiro para o exterior (outra titularidade) | 0,38% |
| Crédito Rotativo e Cheque Especial | 0,38% (abertura) + 0,0082% ao dia |
| Seguros (Vida e Acidentes Pessoais) | 0,38% |
| Seguros (Demais) | Até 7,38% |
| Investimentos (CDB, Tesouro Direto, Fundos) | Regressivo (96% a 0% sobre o rendimento nos primeiros 30 dias) |
Fonte: Banco Central e Receita Federal, atualização 2025.
Empréstimos e financiamentos: impacto no CET
No crédito, a cobrança é um dos principais fatores que aumentam o Custo Efetivo Total (CET).
Muitos consumidores olham apenas para os juros, mas ignoram que essa taxa pode adicionar um peso considerável, principalmente em operações de curto prazo.
Seguros: quanto você paga na prática
O imposto incide sobre o valor do prêmio do seguro contratado.
Seguro de vida e acidentes pessoais: até 0,38%.
Seguros de carro e residencial: podem chegar a 7,38%.
Câmbio e cartão internacional
Quando você viaja para o exterior, a cobrança é inevitável:
Compra de moeda em espécie: 1,1%.
Cartão de crédito/débito ou pré-pago no exterior: 6,38%.
Remessas internacionais: entre 0,38% e 1,1%.
👉 Por isso, muitos viajantes preferem planejar antecipadamente como levar dinheiro para fora.
Operações isentas
Existem casos em que o imposto não é cobrado:
Financiamentos habitacionais pelo SFH.
Poupança.
Algumas operações de exportação.
Investimentos com prazo superior a 30 dias.
Como planejar suas finanças levando em consideração
Compare opções de crédito: um empréstimo com juros menores, mas com IOF mais alto, pode sair mais caro.
Organize viagens: avalie se compensa levar dinheiro em espécie ou usar cartão.
Invista com estratégia: mantenha aplicações por mais de 30 dias para evitar perda no rendimento.
Além dessas práticas, o Banco Central disponibiliza dicas de educação financeira para ajudar consumidores a organizar melhor seus gastos e investimentos.

Formado em Contabilidade e especialista em Finanças. Apaixonado por descomplicar temas complexos, oferece insights práticos e confiáveis sobre gestão financeira e planejamento tributário. Seu blog é uma referência para quem busca clareza no mundo das finanças.

